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"Novos" Protocolos para os eventos.



1) Planejamento

Os planejadores de eventos deverão incluir em seu check-list/planilha novos itens que se referem a saúde pública, muitos deles que já deveriam fazer parte dos eventos em épocas sem uma pandemia instalada.

Itens como ambulância ou UTI móvel, equipe médica, posto de primeiro atendimento devem ser reforçados junto aos clientes e estarem melhor preparados e com uma infraestrutura mais adequada. Os hospitais próximos devem ser notificados quanto a realização do evento.

Os espaços definidos para a realização do evento devem ter sua capacidade reduzida (PELO PLANEJADOR) para algo em torno de 50%-70% a depender do tipo de espaço. É muito importante o cliente estar ciente de que as capacidades devem ser alteradas.

Itens de segurança como EPIs devem ser obrigatórios em planilhas.

Ao depender do tipo de evento, o prazo de montagem deve ser ampliado, para que tenhamos os fornecedores divididos por dias evitando a aglomeração comum encontrada nas montagens, talvez aqui também valha um calendário, por parte do organizador, indicando os dias de montagem de cada fornecedor.

Inevitavelmente o planejador terá, neste novo cenário, o árduo trabalho de com o mesmo budget, incluir novos itens em planilha, diminuir a capacidade, aumentar os dias de trabalho e convencer o cliente que agora, parte do budget tem que ser investido na saúde do participante – estranho termos que convencer, mas já era uma realidade clientes questionarem UTI, seguro, etc –

Mais do que nunca será preciso planejar!

2) Comunicação

Aqui temos duas frentes, a comunicação externa e interna.

Na comunicação externa é deixar claro ao participante todas as medidas tomadas para que o evento transcorra com maior índice de segurança para a saúde.

Da mesma forma que se criou os selos “glúten free”, “zero cal” entre outros, é chegada a hora dos selos dos eventos serem criados para informar que aquele evento se preocupa com a saúde e segurança do seu expectador.

Na comunicação interna, é muito importante as agências comunicarem a todos os fornecedores contratados os protocolos de segurança que devem ser adotados pelos fornecedores durante o pré-evento, evento e pós-evento. Também é necessário investir em comunicação visual clara e em quantidade com orientações dos protocolos, chega daquelas placas de A4 com vinte linhas que NINGUÉM lê.

Comunicação terá um papel mais importante na “retaguarda” do evento.

3) Prevenção e Detecção

Aqui acredito que o uso dos equipamentos que estão sendo criados, adaptados e idealizados para diversos setores devem ser utilizados nos eventos.

A combinação de ações de prevenção e detecção devem ser o fator principal neste novo cenário, uma vez que será o mais percebido por todos.

Coloco abaixo alguns que acho bem interessantes, mas lembrando que o uso isolado talvez não resolva, a ideia é combinar as ações.

- USO OBRIGATÓRIO DE MÁSCARAS – o mais simples e mais fácil, porem devemos tomar muito cuidado e fiscalizar os prestadores, deve-se também ter máscaras disponíveis em quantidade suficiente para qualquer situação não esperada.

- ÁLCOOL GEL – disponibilizar os totens de álcool em todo o ambiente do evento, preferencialmente nos acessos principais e em todos os ambientes onde haverá fluxo de pessoas e principalmente o “toque”.

- PRÉ EVENTO - além dos vaporizadores existem hoje maquinas de luz UV que podem ser aplicadas no ambiente todo, vazio, antes do evento começar, garantindo que o ambiente que será frequentado estará “vírus free”

- ENTRADA - as cabines de sanitização devem estar presentes em TODOS os acessos, assim uma vez que o ambiente interno já está “vírus free” devemos controlar as ameaças externas, ou seja, o controle deve ser feito para que todos as pessoas, sejam participantes, clientes e equipe de produção passem pela cabine antes de entrar novamente no ambiente recém desinfectado.

- TEMPERATURA – O uso de termômetro digital pode também ser mais uma ferramenta, em eventos mais sofisticados (e com verba), já existem cabines que fazem as duas etapas, medição e esterilização.

- DISTANCIAMENTO SOCIAL – associado com a comunicação, outra ótima ferramenta de prevenção, quando possível, são os orientadores, que de forma educada e construtiva poderia “lembrar” os participantes dos protocolos adotados naquele evento. Importante dizer que esta função não é do segurança, do brigadista nem da equipe de limpeza, orientadores já são utilizados em diversos tipos de eventos, precisam apenas serem treinados para a prática desta função.

- TESTE RÁPIDO - Em casos como este que vivemos no momento, o ideal seria ter disponível pelo menos 30% de testes rápidos em relação a quantidade de participantes e presentes no evento. Os testes não têm validade, ou seja, seriam utilizados apenas em casos de suspeita.

Já diziam nossos pais, prevenir é melhor que remediar.



4) Resposta

Quando falo em resposta, me refiro as ações que acredito que devem ser tomadas diante de uma crise ou de um caso que envolva segurança e saúde.

Um produtor deverá ser alocado previamente e treinado para ter a responsabilidade de assumir a gestão da crise em casos extremos.

A equipe médica deve orientar a produção do evento quanto aos protocolos médicos que devem ser adotados em caso de identificação de um possível risco de saúde ao evento, é uma decisão médica o encaminhamento à uma unidade de saúde ou direcionamento do participante para casa.

Todo evento deve ter um relatório de casos médicos (mas quase nenhum tem mesmo em época da antiga normalidade) , com informações do paciente, ações tomadas, data, hora e assinada pelo responsável médico contratado. -- Neste item também gostaria de ressaltar a necessidade de TODO produtor de A&B manter um amostra dos alimentos servidos, afinal não estamos apenas falando de infecções respiratórias, as alimentares também são um problema muito sério que podemos falar em outro artigo.--

Todas os participantes devem ser registrados e fornecerem um canal de contato eficaz, para que os responsáveis pelo evento tenham o registro de todos os participantes caso algum problema futuro seja identificado, nestes momentos os órgãos de saúde precisam saber com quem um possível portador de doenças manteve contato recentemente para poder monitorar se trata-se de uma epidemia ou apenas um caso isolado. Medidas como essa podem ajudar muito em controle de futuras epidemias.

O evento deve manter um canal (pode ser digital) para que os participantes possam após o evento relatarem algum problema. Lembrando que disponibilizar um canal de comunicação, significa mais que apenas ter o canal e sim ter quem responda por ele de forma rápida e com propriedade.

Uma resposta rápida, organizada e confiável é essencial pra imagem do cliente, marca ou evento.

Tenho certeza de que os eventos vão voltar, não acredito muito em “um novo normal”, acredito que em breve tudo voltará a ser como antes, o que espero é que o mindset dos clientes, agências e produtores estejam mais voltados para a segurança do participante, que em época de pandemia ou não, já deveriam ser uma prioridade.

Estas são apenas algumas sugestões, tenho certeza de que deve haver muitas outras já existentes e outras que virão, mas reforço a importância de não deixar os protocolos serem criados com interesses de arrecadação, criação de taxas, protocolos ineficazes e “bonitinhos”.

O show não pode parar!


Fernando Nunes

Head de Operações

Prime Global Services

Caso queria manter contato: fernando.nunes@primeevent.global

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